O Ministério da Educação veio a público garantir que não foram identificadas necessidades de docentes de Física e Química nas escolas, contrariando a perceção de escassez de professores em certas áreas. A tutela afirma que existem docentes disponíveis na bolsa de recrutamento para os poucos horários solicitados. Numa declaração oficial, o ministério especificou que "na última reserva de recrutamento apenas foram solicitados três horários" para professores de Física e Química. Para suprir esta necessidade, a tutela assegura que se encontram "atualmente em bolsa de recrutamento um total de 12 docentes por colocar". Estes números, na ótica do Governo, demonstram que a oferta de professores qualificados nestas áreas é superior à procura imediata das escolas, não se verificando, portanto, uma carência de recursos humanos.
No entanto, esta posição é contestada pela Federação Nacional da Educação (FNE).
O sindicato contrapõe, afirmando que é "frequente a substituição por não profissionalizados" nestas disciplinas. Esta prática, segundo a FNE, mascara a verdadeira falta de professores com habilitação própria, uma vez que as vagas acabam por ser preenchidas por docentes sem a formação específica necessária, o que pode comprometer a qualidade do ensino.
A divergência entre os dados oficiais do ministério e a realidade descrita pelo sindicato aponta para um problema mais complexo: a dificuldade em atrair e reter professores qualificados para áreas científicas específicas, mesmo que existam candidatos nas bolsas de recrutamento.
A questão pode não ser apenas a falta de docentes, mas também as condições oferecidas, que levam as escolas a recorrer a soluções de recurso.
Em resumoA posição do Ministério da Educação sobre a inexistência de falta de professores de Física e Química contrasta com as denúncias sindicais sobre o recurso a docentes não profissionalizados. Esta discrepância sugere que, para além dos números oficiais, existem desafios estruturais na colocação e retenção de professores qualificados em áreas científicas cruciais.