A persistente falta de professores no sistema de ensino português continua a ser um problema crítico, com estimativas a apontar para mais de cem mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina. A dificuldade em preencher horários, mesmo em oferta de escola, sublinha a gravidade da crise de recrutamento de docentes. A denúncia partiu do movimento de professores "Missão Escola Pública", que, através de um levantamento, concluiu que a carência de docentes afeta um número alarmante de estudantes em todo o país. Segundo o movimento, a situação é particularmente grave porque, mesmo após as várias fases de colocação, continuam a existir mais de 500 horários em oferta de escola sem candidatos interessados, o que demonstra uma falha estrutural na capacidade do sistema para atrair e reter profissionais.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) não confirma o número exato de alunos afetados, mas reconhece a gravidade do problema e planeia levar estas questões à próxima reunião com o governo. A falta de professores não só compromete o direito à educação dos alunos, privando-os de aprender conteúdos essenciais, como também sobrecarrega os professores existentes, que muitas vezes são chamados a fazer horas extraordinárias para colmatar as falhas, como noticiado noutros artigos.
Este cenário reflete uma crise profunda na profissão docente, marcada por condições de trabalho pouco atrativas, salários considerados baixos e uma crescente desvalorização da carreira, resultando numa escassez de profissionais que o sistema educativo parece incapaz de resolver a curto prazo.
Em resumoA falta de professores em Portugal atinge proporções críticas, com o movimento "Missão Escola Pública" a estimar que mais de 100.000 alunos estão sem aulas a, pelo menos, uma disciplina. Com centenas de horários por preencher por falta de candidatos, o problema evidencia uma crise estrutural no recrutamento e retenção de docentes.