Especialistas e comentadores criticam a forma como o sistema judicial trata as vítimas e a aparente leniência das sentenças.
Os artigos analisam as implicações mais vastas desta decisão judicial.
A comentadora Suzana Garcia afirma não estar surpreendida, mencionando a existência de uma "cultura de relativização da gravidade dos abusos sexuais, sobretudo nos menores".
Este sentimento é partilhado pelo juiz jubilado Eurico Reis, que lamenta que, em Portugal, as vítimas de abuso sexual sejam tratadas como "meios de prova" no processo judicial, em vez de como partes com dignidade inerente. A psicóloga Tânia Gaspar acrescenta que as penas para crimes de abuso sexual de crianças são, em geral, "reduzidas" em comparação com os danos causados, o que transmite a ideia de que "o crime não é tão grave como é". Defende, por isso, uma melhor formação para os profissionais da justiça, pais e escolas, bem como programas de reabilitação para os agressores. O caso do professor, cuja pena acessória foi revogada, serve de catalisador para uma análise crítica da abordagem do sistema de justiça português ao abuso sexual infantil, evidenciando uma perceção de desfasamento entre a gravidade do crime e a severidade das consequências legais.














