A situação, que a Fenprof afirma ter-se agravado, revela um problema estrutural que compromete o direito fundamental à educação.
A crise manifesta-se de forma concreta em várias escolas do país, como é o caso dos alunos do 1.º ano da escola básica Luz Carnide, em Lisboa, que, a meio do primeiro período, continuam sem professor.
Esta realidade, que deixa as famílias "verdadeiramente preocupadas", não é um caso isolado, mas sim um sintoma de uma doença mais profunda que afeta a profissão docente. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já alertou para o agravamento do problema, indicando que a escassez de docentes é uma tendência crescente e não um mero percalço de início de ano letivo. A dificuldade em preencher horários e garantir a cobertura de todas as turmas e disciplinas desde o primeiro dia de aulas demonstra as fragilidades do sistema de recrutamento e a crescente falta de atratividade da carreira. Um artigo de opinião intitula esta situação como "O preço da falta de professor", sublinhando que, após forte pressão, a própria tutela acabou por reconhecer a irregularidade da situação. Este cenário não só prejudica diretamente as aprendizagens dos alunos, criando desigualdades no acesso ao conhecimento, como também aumenta a pressão sobre as escolas e os professores que se encontram no ativo, que muitas vezes têm de lidar com turmas sobrelotadas ou com a acumulação de responsabilidades para colmatar as falhas. A falta de uma resposta estratégica e de longo prazo para a valorização da carreira docente perpetua um ciclo vicioso de desinvestimento e abandono, cujas consequências se repercutem em toda a sociedade.













