A decisão final dependerá da análise dos resultados da medida já em vigor em alguns estabelecimentos, que o ministro da Educação, Fernando Alexandre, considera estarem a produzir "muitos bons resultados no sistema educativo".

A discussão sobre o papel dos dispositivos móveis no ambiente escolar ganha assim um novo fôlego, com a tutela a sinalizar uma forte inclinação para uma política mais restritiva.

A intenção do Ministério é analisar cuidadosamente o impacto da proibição atual nas aprendizagens, na concentração dos alunos e no ambiente em sala de aula antes de tomar uma decisão de âmbito nacional. Esta medida insere-se num debate pedagógico mais amplo sobre como lidar com a tecnologia, que, por um lado, é uma fonte de distração, mas, por outro, pode ser uma ferramenta de aprendizagem.

Curiosamente, enquanto pondera a proibição dos telemóveis, o Governo mostra-se empenhado em promover a tecnologia noutras frentes.

Durante a Web Summit, o ministro prometeu revelar no próximo ano uma estratégia para a integração da Inteligência Artificial na Educação, o que cria um aparente paradoxo.

Esta dualidade de abordagens – restringir o uso de uma tecnologia pessoal e massificada enquanto se planeia a introdução de uma outra, mais complexa e controlada – reflete os dilemas que as políticas educativas enfrentam na era digital.

A decisão final sobre os telemóveis será, por isso, um indicador importante sobre a visão do Governo para o equilíbrio entre a disciplina em sala de aula e a inovação pedagógica.