Enquanto o Governo, através do ministro Gonçalo Matias na Web Summit, promove uma visão tecnocrática da educação, onde a IA parece ser a solução para a personalização da aprendizagem, vozes críticas alertam para os perigos desta abordagem.
O artigo "Vamos lá mas é acabar com as escolas!"
argumenta que a verdadeira educação não consiste em transmitir respostas, mas em "suscitar perguntas", uma capacidade inerente à interação humana que a IA não pode replicar. O autor defende que um algoritmo "ignora o que é viver a ética como luta quotidiana" e não pode substituir "o calor de um olhar que reconhece, de uma voz que escuta sem julgar". A crítica central é que a aposta em tutores digitais ignora a verdadeira crise que os jovens enfrentam: uma "crise de sociabilidade, não de competências digitais".
A escola, nesta perspetiva, não é um mero repositório de conteúdos, mas o lugar onde se aprende a partilhar, a debater, a falhar e a construir um mundo em comum. Reduzir a educação a um problema de eficiência tecnológica é esquecer que ela é, acima de tudo, "um ato de confiança recíproca, de presença atenta, de afeto não instrumentalizado".
Este debate coloca em confronto duas visões antagónicas do futuro: uma que confia na tecnologia para otimizar a instrução e outra que defende o reinvestimento na figura do professor como pilar da formação de seres humanos completos e críticos.













