Uma avaliação nacional à fluência de leitura de mais de 90 mil alunos do 2.º ano revelou que 25% estão em risco de apresentar dificuldades de compreensão no futuro. Estes resultados alarmantes levaram o Ministério da Educação a anunciar a preparação de medidas para reforçar as competências básicas de leitura. Os testes de diagnóstico, que se estrearam no ano letivo anterior, avaliaram a capacidade de os alunos lerem corretamente o maior número de palavras por minuto. Embora a média nacional se tenha fixado nas 75 palavras, um valor alinhado com as referências internacionais para o final do 2.º ano, um quarto dos alunos não conseguiu ultrapassar as 51 palavras por minuto, ficando aquém do limiar considerado seguro.
Este desempenho coloca-os numa zona de risco para futuras dificuldades na compreensão de textos e, consequentemente, em todo o seu percurso académico. O Ministério da Educação sublinhou a importância de uma identificação precoce destas lacunas para que as escolas possam intervir de forma célere e direcionada.
Os dados revelam ainda algumas disparidades, com os rapazes a apresentarem resultados médios ligeiramente superiores aos das raparigas e os alunos do ensino privado a obterem um melhor desempenho.
Associações de professores defendem que a escola, por si só, não consegue responder a estas dificuldades, argumentando que uma “boa bagagem vocabular” trazida do ambiente familiar é um fator decisivo para uma aprendizagem mais fácil da leitura. Os resultados desta avaliação em larga escala fornecem um retrato detalhado que servirá de base para a implementação de novas políticas e estratégias pedagógicas, colocando uma pressão acrescida sobre os docentes dos anos seguintes, que terão de lidar com turmas heterogéneas e tentar recuperar os alunos com maiores dificuldades.
Em resumoA avaliação da fluência leitora no 2.º ano expôs uma vulnerabilidade significativa no sistema educativo, com um quarto dos alunos a demonstrar um desempenho preocupante. Os dados sublinham a necessidade de intervenções precoces e direcionadas, bem como uma reflexão alargada sobre o papel partilhado entre a escola e a família na promoção das competências de leitura.