Os relatórios do IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) destacam também um fosso significativo de desempenho entre as escolas públicas e privadas. As análises às provas nacionais, que contam 30% para a avaliação final de cerca de 95 mil alunos, oferecem um diagnóstico detalhado sobre o estado das aprendizagens no final do ensino básico. Na disciplina de Matemática, apesar de se registarem progressos em domínios como números e álgebra, as fragilidades em geometria e em análise de dados e probabilidades mantêm-se como um ponto fraco crónico, com a média a situar-se nos 52 valores. Um dos dados mais preocupantes é a acentuada disparidade entre setores de ensino: os alunos de escolas privadas obtiveram uma média 17 pontos superior à dos colegas do ensino público.

Esta clivagem levanta sérias questões sobre a equidade do sistema educativo e o acesso a recursos.

Na prova de Português, os resultados também indicam um baixo nível de excelência, com apenas 1,4% dos alunos a alcançar a classificação máxima de 5. A nível geográfico, confirma-se uma tendência de melhores resultados na região Norte, em contraste com desempenhos mais baixos no Alentejo Litoral, Setúbal e Açores.

Para os professores, estes resultados são um instrumento essencial para refletir sobre práticas pedagógicas e identificar os maiores obstáculos à aprendizagem.

No entanto, espelham também os desafios estruturais que enfrentam, desde a heterogeneidade das turmas às condições de trabalho, e reforçam a necessidade de políticas educativas que combatam as desigualdades e reforcem o apoio às escolas em contextos mais desfavorecidos.