Esta carência sistémica compromete o direito à educação e evidencia as profundas dificuldades de recrutamento e retenção na carreira docente.
A situação é descrita como "alarmante mas não é novidade" por Cristina Mota, da Missão Escola Pública, sublinhando um problema estrutural que se agrava anualmente.
Segundo dados da Fenprof, o número de alunos afetados ascende a 3.325, distribuídos por 133 turmas.
A crise é particularmente sentida nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Setúbal e Algarve, onde a dificuldade em preencher vagas é maior. A consequência mais direta desta falha do Estado é a interrupção do processo de aprendizagem em idades fundamentais, especialmente no primeiro ano de escolaridade, onde a aquisição de competências básicas como a leitura e a escrita é crucial.
A demora na colocação de professores tem um impacto duradouro no percurso académico dos alunos, criando disparidades desde cedo.
A questão não se limita à ausência de um docente titular; reflete também a crescente desvalorização da profissão, a falta de condições atrativas e o envelhecimento da classe, fatores que, combinados, resultam num défice de profissionais que o sistema não consegue colmatar atempadamente, deixando milhares de crianças numa situação de incerteza educativa.














