As regiões do Sul, como a península de Setúbal, Alentejo e Algarve, registam piores resultados nas provas nacionais, uma consequência direta da maior carência de docentes. Um estudo da iniciativa Missão Escola Pública aponta para uma clara "desigualdade territorial", evidenciada pelos resultados das provas do 9.º ano.
Enquanto as regiões Norte e Centro, onde a falta de professores é menos acentuada, obtêm as melhores notas, as regiões do sul do país apresentam um desempenho consistentemente inferior.
Esta disparidade não é uma coincidência, mas sim um reflexo de um problema estrutural: a dificuldade em atrair e fixar professores em zonas onde o custo de vida é mais elevado ou que são geograficamente mais periféricas. A falta de um corpo docente estável e a elevada rotatividade de professores contratados comprometem a continuidade dos projetos pedagógicos e a qualidade do ensino. A situação agrava as desigualdades sociais existentes, penalizando os alunos que, por residirem em determinadas áreas, têm um acesso mais limitado a uma educação de qualidade.
O movimento de professores critica a inação do Estado, que, ao não conseguir garantir recursos humanos essenciais, permite a perpetuação de um sistema educativo que oferece oportunidades distintas consoante o código postal do aluno.














