Este abrandamento é atribuído, em parte, a um suplemento criado para incentivar os professores a permanecerem no ativo por mais tempo.
Embora represente um alívio temporário, esta medida não resolve o problema de fundo: o envelhecimento acentuado da classe docente. As previsões apontam para a reforma de aproximadamente 46 mil professores até 2034, um êxodo massivo que o sistema terá dificuldade em substituir se não forem implementadas políticas de atração e retenção de novos talentos para a profissão.
A questão demográfica é, assim, um dos maiores desafios que a educação em Portugal enfrenta.
Sem uma renovação geracional atempada e sem a criação de condições de trabalho e remuneração mais atrativas, a atual crise de falta de professores arrisca-se a tornar-se endémica, com consequências graves para a qualidade do ensino e para a sustentabilidade da escola pública. A ligeira melhoria nos números da aposentação deve, por isso, ser vista como uma janela de oportunidade para agir, e não como um sinal de que a crise está a ser superada.














