A situação levou o Governo a analisar a atuação da DGAE e a procurar uma solução para a docente.

O percurso desta professora, descrito como um “pesadelo”, revela uma falha sistémica no processo de integração de profissionais qualificados, numa altura em que Portugal enfrenta uma notória carência de professores. Apesar de ter movido “mundos e fundos” e de ter obtido decisões favoráveis na justiça, a docente viu-se enredada numa teia burocrática, com a DGAE a solicitar repetidamente dados adicionais que impediam a conclusão do seu processo. Este episódio levanta sérias questões sobre a eficiência e a equidade dos mecanismos de reconhecimento de qualificações, especialmente para cidadãos oriundos de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com quem deveriam existir processos mais céleres.

A intervenção do Ministério da Educação, que se comprometeu a analisar o caso e a permitir que a professora se candidatasse a um concurso extraordinário, é um reconhecimento implícito da falha administrativa.

O caso é emblemático dos desafios que Portugal enfrenta para atrair e reter talento estrangeiro, mostrando como a inércia e a complexidade administrativa podem sabotar os objetivos políticos e deixar profissionais qualificados num limbo jurídico e profissional, com graves consequências para a sua vida e para o próprio sistema de ensino que necessita urgentemente dos seus serviços.