Contratados em regime parcial, muitos veem o seu papel desvirtuado, sendo sobrecarregados com o ensino da língua portuguesa em vez de promoverem uma integração plena.

O programa, concebido para “promover a integração plena no ambiente escolar de crianças e jovens de nacionalidade estrangeira”, enfrenta sérios desafios na sua implementação.

Os mediadores, como Patrícia e Lídia, são contratados a tempo parcial, com apenas 18 horas semanais, para apoiar um número considerável de alunos — neste caso, 15 —, muitos dos quais não falam inglês ou têm pouca fluência.

Esta carga horária manifestamente insuficiente obriga-os a focar-se na necessidade mais premente: a barreira linguística.

Consequentemente, a maior parte do seu tempo é consumida a ajudar os alunos a desenvolver competências em português, uma tarefa que, embora essencial, desvia-os da sua missão principal de mediação cultural e social. A falta de orientações claras agrava o problema, deixando os profissionais sem um enquadramento definido sobre como equilibrar as diferentes dimensões do seu trabalho.

Esta situação revela uma lacuna entre a intenção da política e os recursos alocados, arriscando transformar uma medida de apoio holístico num serviço de tutoria linguística insuficiente. Sem um reforço de meios e uma clarificação de funções, a integração destes alunos vulneráveis pode ficar comprometida, afetando o seu bem-estar e sucesso académico.