A proposta do Governo pretendia indexar o valor máximo das propinas à taxa de inflação, o que representaria um aumento modesto, quantificado em cerca de 13 euros anuais.

No entanto, a medida encontrou uma forte resistência no Parlamento, com o PS e o Chega a unirem-se para votar contra, num "consórcio" que derrotou a coligação no poder.

A votação evidenciou a existência de uma maioria parlamentar contra o aumento de quaisquer encargos para os estudantes e as suas famílias, priorizando a manutenção da acessibilidade ao ensino superior. O debate foi aceso, com trocas de palavras "azedas" entre os deputados, e o Governo alertou para o risco de défice que a medida acarreta para as instituições de ensino superior, que contam com as receitas das propinas para equilibrar os seus orçamentos. A decisão de manter o congelamento, que já vigora há vários anos, representa uma vitória para os movimentos estudantis e os partidos que defendem um menor peso dos custos diretos para os alunos, mas reabre o debate sobre a sustentabilidade e o subfinanciamento crónico das universidades e politécnicos portugueses, que veem as suas fontes de receita estagnadas enquanto as despesas continuam a aumentar.