Esta situação, denunciada pela Fenprof e por diretores escolares, compromete a qualidade do apoio prestado a estes estudantes.
A situação da educação inclusiva tem vindo a agravar-se, conforme revela um inquérito da Fenprof, que aponta que o número de alunos com necessidades educativas sem acesso direto a um docente de educação especial duplicou em relação ao ano anterior. Mais de um quarto das turmas que integram estes alunos não cumprem a lei no que diz respeito ao número máximo de estudantes, encontrando-se em situação de ilegalidade. A esmagadora maioria dos diretores escolares, mais de 80%, afirma não dispor dos recursos necessários para assegurar uma educação inclusiva de qualidade.
A escassez é transversal, abrangendo a falta de professores especializados, técnicos e assistentes operacionais, estimando-se um défice de 557 destes últimos, sendo que poucos possuem formação específica na área. Esta carência de meios humanos é agravada pela falta de espaços físicos adequados para desdobrar turmas sobrelotadas. O cenário descrito configura uma falha sistémica no financiamento e na dotação de recursos para uma área crítica do sistema de ensino, colocando em risco o princípio da igualdade de oportunidades e sobrecarregando os professores, que se veem a gerir salas de aula cada vez mais complexas e com rácios desajustados, dificultando a prestação de um apoio adequado e personalizado.














