A paralisação, que se estendeu por dois dias, teve um impacto significativo no funcionamento das escolas, com sindicatos a reportar uma elevada taxa de adesão. O Sindicato Independente dos Trabalhadores dos Organismos Públicos e Apoio Social (SITOPAS) indicou uma adesão de 75% na educação no segundo dia de greve, referindo que muitas escolas e 90% das cantinas de universidades e politécnicos se encontravam encerradas. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) corroborou este cenário, com o seu secretário-geral, José Feliciano Costa, a afirmar que a "esmagadora maioria" das escolas no distrito de Lisboa estavam encerradas, incluindo a totalidade dos estabelecimentos em concelhos como Oeiras, Seixal e Sintra.

A CGTP, por sua vez, apontou para o fecho de cerca de 170 estabelecimentos a nível nacional. O impacto da greve transcendeu os muros das escolas, afetando diretamente a vida de milhares de famílias. Como consequência do encerramento, muitos pais e encarregados de educação viram-se forçados a faltar ao trabalho para poderem ficar com os seus filhos, uma situação que levanta questões sobre os direitos dos trabalhadores em dias de greve que afetam serviços essenciais como a educação. A advogada Maria Ramos Roque esclareceu os direitos e deveres de quem optou por não fazer greve mas teve de se ausentar por este motivo.

A paralisação não se limitou aos professores, envolvendo também o pessoal não docente, o que tornou inviável o funcionamento de muitas escolas, mesmo que alguns professores estivessem presentes. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos, alertou para a possibilidade de uma nova paralisação no setor, indicando que a contestação pode continuar.