A necessidade de garantir uma inclusão efetiva e combater as desigualdades torna-se um imperativo para o futuro da coesão social e educativa do país. O relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) revela que o número de alunos estrangeiros inscritos nas escolas portuguesas aumentou 22% em 2024, evidenciando uma transformação social que exige uma resposta adequada do sistema educativo. O documento sublinha que, apesar do esforço de inclusão, persistem "fragilidades", nomeadamente no que toca ao apoio a estes estudantes, e aponta para a necessidade de mais professores de português como língua não materna. Esta questão é reforçada por um artigo de opinião que descreve a educação como um "direito e refúgio" para crianças migrantes, defendendo um modelo de tutela profissionalizado e uma entidade coordenadora nacional para garantir o seu acompanhamento e integração escolar. A realidade no terreno, no entanto, expõe as falhas do sistema, como o caso de uma família requerente de asilo na Amadora que, após mudar de residência, não consegue há três meses transferir os seus três filhos de escola, correndo o risco de ser sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Em resposta a estas críticas, o Ministro da Educação, Fernando Alexandre, afirmou que o governo está a tomar medidas para contrariar as desigualdades escolares, mencionando a implementação de mediadores culturais e linguísticos, que, segundo ele, estão a ter "resultados muito positivos". A iniciativa privada, como a do restaurante Solar dos Presuntos que oferece aulas de português aos seus trabalhadores imigrantes, demonstra o impacto positivo do ensino da língua na integração profissional e social, preenchendo uma lacuna que o sistema público ainda luta para colmatar de forma universal.