Este fenómeno levanta questões sobre a eficácia das políticas educativas e o futuro dos jovens no país.
De acordo com os dados divulgados pelo gabinete de estatísticas europeu, relativos a 2024, quase 17% (a taxa é referida como 16,8% ou 17%) dos jovens em Portugal, com idades entre os 15 e os 34 anos, já abandonaram o ensino formal ou a formação profissional pelo menos uma vez.
Este valor coloca Portugal na 11.ª posição entre os países da União Europeia e significativamente acima da média comunitária, que se fixa nos 14%.
A análise das causas para este fenómeno aponta para um desfasamento entre a oferta educativa e as expectativas dos estudantes, sendo esta a principal razão para o abandono em 42,6% dos casos a nível europeu.
Seguem-se os motivos familiares, com um peso de 18,5%, e a preferência pela integração imediata no mercado de trabalho, com 13,8%.
Curiosamente, as dificuldades financeiras são apontadas como a causa em apenas 5,3% das situações, sugerindo que o problema é mais estrutural do que meramente económico.
Estes números indicam um desafio sistémico para Portugal, que necessita de repensar os seus programas educativos para os tornar mais apelativos e relevantes para os jovens, evitando assim a perda de capital humano qualificado e promovendo uma transição mais bem-sucedida da escola para o mundo laboral.
A persistência de uma taxa de abandono elevada compromete não só o desenvolvimento individual dos jovens, mas também a competitividade do país a longo prazo.














