A detenção de Paulo Abreu dos Santos, professor de Direito e ex-adjunto no Ministério da Justiça, chocou o país, sendo o académico indiciado por mais de 500 crimes de pornografia de menores e dois de abuso sexual. O caso, que teve origem numa denúncia das autoridades norte-americanas, resultou na sua prisão preventiva e na suspensão do seu contrato com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A investigação, despoletada pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA, revelou que o arguido terá utilizado o computador do Ministério da Justiça para aceder e partilhar material ilícito.
Em tribunal, Paulo Abreu dos Santos confessou os abusos diretos sobre duas crianças, alegando que as restantes imagens em sua posse não foram produzidas por si, mas sim partilhadas por outros.
A Procuradoria-Geral da República justificou a medida de coação de prisão preventiva com o "risco de continuação da atividade criminosa e de ocultação de provas", bem como o perigo de "perturbação grave da ordem e da tranquilidade pública". O caso teve repercussões imediatas na sua vida profissional: a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa suspendeu o seu contrato de assistente convidado e está a tomar medidas para acautelar a avaliação dos alunos cujos exames estavam em posse do docente. A Polícia Judiciária prossegue as investigações para tentar identificar as vítimas e eventuais cúmplices, num caso que expõe a vulnerabilidade das crianças e a necessidade de vigilância, mesmo em círculos de confiança.
Em resumoA prisão de um professor universitário e ex-assessor governamental por mais de 500 crimes relacionados com abuso de menores expôs uma grave quebra de confiança e suscitou um debate público sobre a segurança infantil. A sua confissão parcial e as investigações em curso, que envolvem a sua atividade académica e profissional, sublinham a gravidade e as vastas implicações do caso.