A investigação confirmou que, em distritos como Braga, Faro, Lisboa, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu, as pesquisas por marcações através do SNS resultavam em "sem resultados".

No entanto, para os mesmos exames, existiam vagas disponíveis num curto espaço de tempo (entre 5 e 26 dias) para clientes privados ou com seguro de saúde. Confrontada com os factos, a Unilabs admitiu "alguma dificuldade no acesso" em certas zonas, justificando-a com a "escassez de especialistas disponíveis para realizar exames aos preços convencionados com o SNS, que não são objeto de atualização há mais de 15 anos". A empresa assegurou que cumpre "de forma escrupulosa os contratos de convenção que tem com o Estado Português". A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) considera que a definição de regras de agendamento distintas, que prejudicam os utentes do SNS, "configuram práticas discriminatórias" e são puníveis com coimas que podem ir de 1.000 a mais de 44.000 euros. A ERS revelou ter recebido 158 reclamações relacionadas com discriminação de utentes do SNS em prestadores privados entre 2021 e julho de 2025, com um aumento significativo em 2024 e 2025.