A medida foi aplicada num momento em que o país enfrenta uma das piores épocas de incêndios dos últimos anos.

Os suspeitos, com 42 e 61 anos, foram apanhados a atear fogo com um isqueiro na localidade de Quirás. A ação deu origem a um incêndio com três frentes ativas, que exigiu a intervenção de 95 operacionais e um meio aéreo para ser dominado.

Após serem presentes a primeiro interrogatório no Tribunal Judicial de Bragança, foi-lhes aplicada a medida de coação mais leve. Esta decisão contrasta com a gravidade da situação nacional, onde, até 13 de agosto de 2025, a GNR já tinha detido 42 pessoas em flagrante pelo crime de incêndio florestal, um número que supera o total de 36 detidos em todo o ano de 2024. A libertação dos suspeitos de Vinhais levanta questões sobre a adequação da resposta judicial ao crime de fogo posto, especialmente durante períodos de alerta máximo e com milhares de hectares a arder por todo o país. O caso realça um aparente desfasamento entre a perceção pública da gravidade do crime e as medidas de coação aplicadas em alguns casos, gerando um debate sobre a eficácia da legislação e do sistema de justiça no combate a este flagelo.