Os incidentes ocorreram no final de julho e na segunda semana de agosto, resultando na interdição da Praia da Nazaré nos dias 1 e 13 de agosto. Na sequência do primeiro episódio, 116 pessoas foram assistidas na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria com sintomas relacionados com a contaminação da água. O presidente da Câmara, Manuel Sequeira, admitiu ter “desconfianças de vária ordem” e não descartou a possibilidade de os problemas terem sido causados deliberadamente. A autarquia suspeita que o entupimento de uma conduta de saneamento com cerca de 60 anos possa estar relacionado com “algumas obras ilegais [com ligação à conduta]” ou com a “colocação de produtos não convenientes na canalização”, como “óleos, gorduras”, alegadamente provenientes de restaurantes. Manuel Sequeira afirmou que a Câmara tem provas de que “a água sai na última caixa de visita em condições límpidas, transparentes, e chega ao pluvial em condições menos boas”. A queixa ao Ministério Público visa apurar se há matéria para uma investigação criminal, num caso que se destaca pela sua natureza bizarra e pelo grave impacto na saúde pública e na imagem de um dos principais destinos turísticos do país.