Durante os dias 26 e 27 de agosto, dez distritos do litoral estiveram sob aviso amarelo, com ondas que atingiram alturas significativas de até quatro metros e picos máximos que chegaram aos sete metros. A força do mar provocou estragos de norte a sul do país.

Na Praia de Faro, os passadiços de madeira foram destruídos. Na Póvoa de Varzim, a esplanada de um bar de praia ficou danificada, e na Costa da Caparica, o mar invadiu o areal, arrastando espreguiçadeiras e guarda-sóis.

Um dos aspetos mais bizarros deste fenómeno foi a reação de muitas pessoas, que, apesar dos alertas das autoridades, se aproximaram perigosamente do mar para tirar fotografias. Na Boca do Inferno, em Cascais, dezenas de turistas ignoraram os sinais de perigo para captar a imagem perfeita das ondas gigantes.

Na Figueira da Foz, vários banhistas foram arrastados por uma onda na Praia do Cabedelo, tendo sido necessária a intervenção dos nadadores-salvadores para evitar uma tragédia.

Este comportamento evidencia uma perigosa desconexão entre a perceção do risco e a busca por espetáculo, transformando um fenómeno natural raro numa ameaça direta à segurança pública.