O agressor foi detido e colocado em prisão preventiva, suscitando um intenso debate sobre a eficácia da justiça e a proteção das vítimas.

O incidente, que ganhou dimensão nacional, envolveu um bombeiro de 35 anos que agrediu a sua companheira, de 34 anos, de forma violenta, resultando em ferimentos graves que necessitaram de duas intervenções cirúrgicas a um dos olhos da vítima, existindo o risco de perda de visão. As agressões ocorreram na presença do filho do casal, de nove anos, que tentou proteger a mãe. O momento foi captado por câmaras de videovigilância na casa de um familiar que acolhia a vítima e as imagens foram amplamente difundidas nas redes sociais, gerando uma onda de indignação.

A secretária regional da Inclusão, Juventude e Trabalho, Paula Margarido, manifestou-se “profundamente chocada” e assegurou que estavam a ser tomadas todas as diligências para proteger a vítima e a família.

O suspeito foi detido pela PSP e presente a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva por estar indiciado por dois crimes de violência doméstica agravados, contra a mulher e o filho. O caso foi igualmente comunicado à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

A divulgação do vídeo levantou um debate sobre a sua admissibilidade como prova em tribunal. Enquanto algumas vozes, incluindo governamentais, consideraram a gravação uma prova ilícita por ter sido efetuada sem consentimento, o Bastonário da Ordem dos Advogados, João Massano, explicou que as imagens poderiam ser admitidas se o tribunal considerasse existir uma “justa causa” que legitime a sua captação, como a proteção de pessoas ou a documentação de um crime.