Este crime, frequentemente associado a grupos organizados, visa zonas rurais e isoladas, levando as autoridades a intensificar a fiscalização e a sensibilização.

Segundo dados da Guarda Nacional Republicana (GNR), o furto de cortiça tem vindo a aumentar nos últimos cinco anos, com o distrito de Santarém a ser particularmente afetado. Desde janeiro, foram registadas 33 ocorrências, com maior incidência nos concelhos de Abrantes (10 casos), Coruche (7) e Salvaterra de Magos (6).

A GNR explica que esta atividade ilícita está normalmente associada a grupos organizados que utilizam dois métodos principais: a extração direta da cortiça das árvores ou o furto da cortiça já empilhada. A cortiça furtada é frequentemente triturada para dificultar a sua identificação e, posteriormente, vendida a intermediários que a misturam com cortiça legal, integrando-a no mercado para a produção de aglomerados.

Para combater este fenómeno, a GNR intensificou o patrulhamento através da Operação “Campo Seguro” e está a desenvolver ações de sensibilização junto dos produtores. As autoridades recomendam medidas preventivas como a instalação de vigilância, a restrição de acessos às propriedades, a marcação da cortiça para facilitar a sua identificação e a cooperação entre proprietários para uma vigilância mais eficaz. Uma vez que este tipo de crime carece de queixa para que a investigação possa avançar, a GNR reforça a necessidade de os lesados denunciarem sempre os furtos, pois as queixas são essenciais para monitorizar o problema e direcionar os recursos policiais para as áreas mais afetadas.