Um dos casos mais recentes e mediatizados foi o de uma bebé chamada Matilde, que nasceu na berma da autoestrada A1, dentro de uma ambulância. A mãe, residente em Samora Correia, estava a ser transportada para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, a cerca de 45 quilómetros de distância, porque a urgência de obstetrícia do Hospital de Vila Franca de Xira se encontrava encerrada. O parto acabou por ser realizado pelos bombeiros na zona de Alverca.

Este não é um episódio isolado.

Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses, só este ano já se registaram quase 50 nascimentos em ambulâncias, o dobro do total do ano anterior.

A corporação de bombeiros da Moita, por exemplo, já realizou 12 partos nestas condições.

A situação é descrita como um reflexo do “colapso” do Serviço Nacional de Saúde, com a Ministra da Saúde a ser criticada por considerar estes eventos como “casos pontuais”.

A dificuldade em garantir o funcionamento contínuo das urgências de ginecologia e obstetrícia, especialmente durante o verão, tem obrigado a desviar grávidas para hospitais mais distantes, aumentando o risco de partos ocorrerem durante o transporte.