O incidente, que rapidamente se tornou viral, expõe uma faceta preocupante da sociedade portuguesa.

No vídeo, o homem oferecia "500 euros" por cada "cabeça de um zuca", um termo pejorativo para se referir a brasileiros.

A reação pública foi imediata e avassaladora, com a comunidade brasileira e ativistas portugueses a exigirem medidas.

A entidade patronal, a Padaria Variante, agiu de forma célere e exemplar, anunciando publicamente o despedimento do funcionário e condenando veementemente qualquer forma de racismo.

Num comunicado, a empresa sublinhou o orgulho na sua equipa diversificada, que inclui "pessoas de diferentes origens - brasileiras, santomenses, venezuelanas e portuguesas".

A resposta da padaria foi amplamente elogiada nas redes sociais, embora muitos utilizadores tenham também apelado a uma investigação criminal.

Associações como a Associação de Apoio a Emigrantes, Imigrantes e Famílias (AAEIF) e o Comité dos Imigrantes de Portugal (CIP) anunciaram a intenção de apresentar queixa formal contra o indivíduo.

Este episódio não é um caso isolado, inserindo-se num contexto mais vasto de crescente intolerância. Os artigos citam dados que indicam que as queixas judiciais por crimes de ódio quintuplicaram em Portugal entre 2019 e 2024, e um relatório da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância aponta para "um aumento acentuado do discurso de ódio" no país, visando sobretudo migrantes.