"Esteve muito mal nos cuidados intensivos no Porto, depois nos intermédios em Viana do Castelo.

Os médicos não davam nada por ela, estava vegetal", contou Manuel Parente.

Movido pela fé, prometeu que iria a pé até Lourdes assim que ela dissesse uma palavra.

O milagre aconteceu no Dia de Reis, quando a sua esposa começou a dar os "bons dias" às enfermeiras. Manuel não hesitou e, aproveitando as férias, iniciou a sua peregrinação solitária de 27 dias de caminhada.

O percurso foi repleto de dificuldades, incluindo o calor intenso, a travessia dos Pirenéus e longos troços sem acesso a água ou comida.

A meio do caminho, em Espanha, a sua mãe faleceu, obrigando-o a regressar a Portugal para o funeral.

No entanto, três dias depois, voltou ao ponto exato onde tinha interrompido a viagem para retomar a sua promessa.

Ao chegar ao seu destino, sentiu-se "feliz da vida", admitindo que nunca pensou ser capaz de tal feito.

"Penso que devo ter tido uma força superior que me ajudou", concluiu.