O caso, descrito nas redes sociais como “uma tragicomédia real”, ocorreu a 26 de agosto, quando um homem chamado Fabien foi mordido num dedo.
Após contactar o 112, foi transportado para o Hospital de Portalegre, onde se constatou a inexistência do antídoto. A situação obrigou à sua transferência para o Hospital de São José, em Lisboa, um processo que demorou mais de duas horas só para a chegada da ambulância. Em Lisboa, foi necessário recorrer ao Hospital de Santa Maria para obter o antídoto mais adequado, que só foi administrado perto das 20h00, quase dez horas após a picada.
O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) recomenda que o tratamento não ultrapasse as seis horas.
A longa espera teve consequências graves para a vítima, que sofreu dores intensas e necrose no dedo, temendo mesmo a amputação.
A responsável do CIAV, Fátima Rato, confirmou que o Hospital de Portalegre não dispunha do fármaco, explicando que a sua gestão depende das unidades hospitalares.
O hospital, por sua vez, classificou estes casos como “pontuais” e admitiu que o antídoto está maioritariamente disponível nos hospitais centrais, embora afirme estar a “desenvolver esforços” para o adquirir.
O incidente gerou críticas à falta de preparação do sistema de saúde regional para emergências específicas, mas previsíveis, como picadas de víbora em zonas rurais.














