Este fenómeno, que especialistas descrevem como um "jogo" para os cetáceos, está a tornar-se uma preocupação crescente para a comunidade náutica.
O incidente ocorreu a cerca de seis quilómetros ao largo de Peniche, quando um grupo de orcas danificou o leme de uma embarcação de 13 metros com cinco tripulantes a bordo. A Estação Salva-vidas de Peniche foi acionada e rebocou o veleiro em segurança para o porto. Este foi o quarto incidente do género em menos de uma semana, inserindo-se num padrão de comportamento que tem vindo a ser observado nos últimos anos. Especialistas como Renaud de Stephanis, presidente do CIRCE, que estuda estes animais há 30 anos, desmistificam a ideia de um ataque deliberado. Segundo o investigador, trata-se de “um simples jogo”, um comportamento aprendido e transmitido culturalmente dentro dos grupos matrilineares de orcas ibéricas. Um dos grupos, liderado pela matriarca “Toñi”, de 56 anos, tem sido frequentemente associado a estas interações.
As autoridades marítimas recomendam que, em caso de aproximação, as embarcações reduzam a velocidade, desliguem o motor e o piloto automático, soltem o leme e evitem fazer movimentos bruscos ou ruídos que possam prolongar a curiosidade dos animais.
A repetição destes eventos sugere que a “moda” de interagir com os lemes dos veleiros se consolidou como uma atividade lúdica para as orcas, com consequências materiais significativas para os navegadores.














