A operação policial desmantelou um esquema multifacetado que demonstra a crescente sofisticação do cibercrime.
Os suspeitos utilizavam uma variedade de “métodos de engenharia social”, incluindo as conhecidas burlas “Olá pai, Olá mãe” e mensagens fraudulentas sobre pagamento de encomendas.
No entanto, o aspeto mais bizarro e direcionado da sua atividade centrava-se na comunidade LGBTQ, através da aplicação Grindr.
O modus operandi consistia em “marcar encontros online e trocar fotos de cariz sexual com as vítimas”. De seguida, os criminosos ameaçavam divulgar publicamente essas imagens caso não lhes fosse entregue uma determinada quantia em dinheiro, configurando um claro caso de extorsão sexual, ou “sextortion”.
Esta tática predatória, que explora a intimidade e o medo da exposição pública, revela um elevado grau de crueldade e cálculo. A investigação da PJ já permitiu identificar cerca de 300 vítimas em todo o país, embora apenas 120 queixas-crime tenham sido formalizadas até ao momento, o que sugere que o número real de lesados pode ser superior.
O dano apurado, superior a um milhão de euros, era “dissipado por várias contas bancárias pertencentes a vários angariadores”, conhecidos como ‘mulas’, evidenciando uma estrutura organizada para o branqueamento de capitais.













