O incidente, que o pai da criança descreve como "negligência drástica", já motivou a abertura de um inquérito pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). O nascimento de um bebé no chão da receção de uma unidade hospitalar é um evento chocante que levanta sérias questões sobre os procedimentos de triagem e a capacidade de resposta dos serviços de urgência. O caso ocorreu depois de a mãe ter recorrido ao hospital uma primeira vez, tendo recebido alta por não se encontrar em fase ativa de trabalho de parto. No regresso, poucas horas depois, o parto precipitou-se durante os procedimentos administrativos de admissão.
O pai, Frederico Fernandes, relata uma situação de desespero e falta de assistência imediata, afirmando ter sido ele a pegar no recém-nascido do chão. “A não ser que o Levi tenha levitado, ele infelizmente caiu e fui eu que peguei nele do chão”, declarou, acusando o hospital de “total negligência” e de tratar a sua esposa como “um pedaço de carne”. Em contraste, a administração da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) rejeitou a acusação de negligência, garantindo que os procedimentos foram cumpridos e que a mãe e o bebé foram assistidos por uma equipa de emergência. A diretora clínica afirmou não haver testemunhas da queda, mas confirmou que o bebé foi submetido a exames por precaução.
O caso ganhou dimensão nacional, levando a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a reagir com “grande consternação”, pedindo uma “averiguação” formal.
No entanto, a governante também criticou o que considera ser um excesso de inquéritos no SNS, afirmando que “não podemos passar o nosso tempo em inquéritos e processos”.













