Uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santa Maria não conseguiu responder ao trágico acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, a 3 de setembro, por um motivo insólito e alarmante. A viatura encontrava-se trancada por dentro no momento do despacho e a chave suplente estava em Loulé, no Algarve, a centenas de quilómetros de distância. Este episódio bizarro, que veio a público através da imprensa, expôs uma falha grave nos protocolos de emergência num momento crítico, em que ocorreu um descarrilamento que provocou 16 mortos e dezenas de feridos. A incapacidade de mobilizar um meio de socorro avançado devido a um problema logístico tão básico gerou indignação e levou a um pedido de responsabilidades. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) reagiu prontamente, exigindo a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias do sucedido.
Rui Lázaro, presidente do sindicato, classificou a situação como "inaceitável", questionando se a falha se deveu a uma "avaria ou negligência".
O dirigente sindical levantou ainda a questão de por que motivo a chave suplente "não ter acompanhado a viatura para a base onde foi servir".
O caso tornou-se um símbolo da disfunção burocrática e da falta de redundância em sistemas que deveriam ser infalíveis, especialmente quando vidas estão em jogo.
A situação ilustra como uma sucessão de pequenas falhas pode culminar numa incapacidade de resposta com consequências potencialmente graves.
Em resumoA falha da VMER do Hospital de Santa Maria em responder ao acidente do Elevador da Glória, por estar trancada e com a chave suplente no Algarve, expôs uma grave lacuna nos protocolos de emergência. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar exigiu um inquérito para apurar responsabilidades, num caso que se tornou um símbolo de disfunção burocrática perante uma tragédia.