Este evento, partilhado com alegria pela corporação, insere-se num aumento de partos extra-hospitalares em Portugal, que levanta questões sobre as condições de acesso aos cuidados de saúde materna no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O nascimento ocorreu às 16h45 na viatura ABSC 01 dos bombeiros, que partilharam a notícia como um "momento especial".

No entanto, este caso não é isolado.

Vários artigos contextualizam o evento com dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que revelam uma tendência crescente.

Até 14 de setembro deste ano, o INEM já tinha registado 32 partos em ambulâncias, um número que ultrapassa o total dos três anos anteriores: 25 em 2022, 18 em 2023 e 28 em 2024. A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, referiu que, no total, foram registados cerca de 150 partos em ambiente extra-hospitalar (ambulâncias, rua ou casa) este ano.

A Península de Setúbal, onde se localiza a Trafaria, é identificada como uma das áreas mais críticas devido à falta de profissionais de saúde para completar as escalas nas urgências de obstetrícia.

Em resposta, o Diretor Executivo do SNS, Álvaro Almeida, reconheceu que os partos em ambulâncias "parece que estão a acontecer um pouco mais", embora considere que "sempre aconteceram" e "não vão acabar". Este fenómeno bizarro, que transforma um veículo de emergência numa sala de partos improvisada, tornou-se um sintoma visível das pressões e constrangimentos que afetam o SNS.