Este evento histórico simboliza um passo significativo na aproximação entre a Igreja Anglicana e a Igreja Católica, quase cinco séculos após a sua separação. A cerimónia, dedicada à defesa do meio ambiente, marcou o primeiro ato público de oração entre um monarca britânico, líder da Igreja Anglicana, e um pontífice católico desde a rutura iniciada por Henrique VIII em 1534.
O encontro, que decorreu na quinta-feira, contou com a presença da rainha Camila e do arcebispo de York, Stephen Cottrell, que presidiu à celebração em conjunto com o Papa. Antes do ato público, Leão XIV recebeu os monarcas numa audiência privada na Biblioteca Apostólica, onde trocaram presentes simbólicos: o rei ofereceu uma fotografia e um ícone de São Eduardo, o Confessor, enquanto o Papa retribuiu com um mosaico de “Cristo Pantocrator”.
A celebração foi enriquecida com música do compositor inglês do século XVI, Thomas Tallis, que viveu durante o período do conflito religioso.
Um dos momentos centrais foi a leitura conjunta, em inglês, de uma oração dedicada à Criação. O evento incluiu também uma troca de honras, com o rei a receber o título de “Royal Confrater” da Basílica de São Paulo Extramuros e o Papa a ser nomeado membro papal da Capela de Saint George. O Palácio de Buckingham destacou que “estes dons mútuos são um reconhecimento da comunhão espiritual e um símbolo profundo do caminho que a Igreja de Inglaterra e a Igreja Católica Romana percorreram nos últimos 500 anos”.
O reverendo anglicano James Hawkey afirmou que o momento oferece “uma espécie de sanção e reconciliação histórica”.














