Este fenómeno de vigilância popular, que gera apoio entre moradores mas preocupa as autoridades, levanta questões sobre os limites entre a denúncia cívica e a justiça pelas próprias mãos.
Inspirados em iniciativas semelhantes noutras cidades europeias como Madrid e Paris, estes “caçadores” utilizam páginas como “Pickpockets Lisbon”, com mais de 72 mil seguidores, para divulgar imagens de suspeitos em ação, sobretudo em zonas turísticas como a Baixa e Belém.
A sua atuação por vezes inclui confrontos diretos e o arremesso de tinta para marcar os carteiristas.
Em colaboração com a página espanhola “Patrulla Madrid”, criaram até uma “caderneta de cromos” digital com os rostos dos suspeitos mais ativos.
Moradores e comerciantes apoiam a iniciativa, frustrados com a aparente impunidade judicial, relatando que os detidos “voltam às ruas no mesmo dia”.
Contudo, a PSP alerta para os riscos, sublinhando que “a repressão de crimes compete às autoridades competentes” e que a exposição pública de suspeitos “pode configurar um ilícito criminal”.
Até ao momento, não foram apresentadas queixas formais contra os vigilantes.
O fenómeno surge num contexto de aumento de furtos por carteiristas, que quase duplicaram desde 2020, e de um sistema judicial onde, dos 638 carteiristas detidos pela PSP desde 2018, apenas 61 cumpriram pena de prisão efetiva.














