O caso, que envolveu o uso de uma arma de fogo, levantou um intenso debate sobre a saúde mental juvenil e as dinâmicas familiares na sociedade contemporânea.

O crime ocorreu na residência da família na Gafanha da Boa Hora, quando o jovem, utilizando uma pistola do pai que se encontrava num cofre, disparou duas vezes contra a mãe.

As versões sobre a sua motivação divergem: algumas fontes indicam que o plano inicial era apenas fugir de casa, tendo o homicídio ocorrido após ser surpreendido pela mãe, enquanto outras apontam para premeditação.

Após o ato, o adolescente tentou encenar um assalto, cobriu o corpo da vítima com um cobertor, destruiu o seu próprio telemóvel com um terceiro tiro e escondeu a arma do crime na campa dos avós paternos.

A confissão à Polícia Judiciária levou à sua detenção e à aplicação da medida de coação mais gravosa para a sua idade: internamento em regime fechado num centro educativo no Porto por um período inicial de três meses.

Durante o interrogatório, o jovem foi descrito como estando “perturbado, assustado e profundamente arrependido”.

Um amigo da família, Amílcar Matos, expressou a sua consternação, afirmando: “Um garoto de 14 anos, ele não sabe o que fez.

Quando cair a ficha do garoto, ele vai ser a pessoa que vai sofrer mais”.

O caso suscitou ainda a suspeita de que o jovem possa sofrer de um transtorno obsessivo-compulsivo, sendo obrigatória a realização de uma perícia sobre a sua personalidade. O funeral de Susana Gravato contou com a presença de uma multidão de cerca de mil pessoas, mas o desejo da família de cremar o corpo foi negado pelo Ministério Público, que admitiu a possibilidade de futuras perícias médico-legais.