No âmbito desta atividade, “recebia clientes que acreditavam que o arguido era padre e dos quais recebia contrapartidas financeiras”. O tribunal considerou indiciado que, em dezembro de 2021, o ex-sacerdote recebeu duas mulheres que o procuraram para aconselhamento espiritual. Numa dessas consultas, ter-se-á aproveitado da vulnerabilidade psicológica de uma das vítimas para praticar atos sexuais, depois de a “colocar num estado como que de inconsciência, retirando-lhe desse modo toda a capacidade de reação”.

No mesmo mês, terá também constrangido outra vítima a “suportar contactos forçados no seu corpo”.

O antigo padre foi detido pela Polícia Judiciária a 24 de dezembro de 2021, pelo crime de violação de uma mulher de 47 anos, tendo ficado em prisão preventiva até abril de 2022. Após a acusação do Ministério Público em setembro de 2023, o arguido pediu a abertura de instrução, mas o tribunal decidiu agora que o processo deve seguir para julgamento.