Condenado a oito anos de prisão por peculato e falsificação, o ex-gestor cultural mantinha um perfil discreto no Algarve, longe dos holofotes internacionais. A captura de Natalio Grueso, de 55 anos, em Olhão, no dia 4 de dezembro, pôs fim a uma fuga que se iniciou no final de 2023, após o Tribunal Supremo espanhol confirmar a sua condenação no "Caso Niemeyer". O ex-diretor foi considerado culpado de desviar cerca de 78.000 euros da instituição cultural que dirigiu entre 2006 e 2011, utilizando os fundos "em benefício próprio, bem como da sua família e amigos, como se fossem sua propriedade".
Para tal, recorria à emissão de documentos falsos.
Após a sua fuga, foi emitido um mandado de detenção europeu e um alerta vermelho da Interpol.
A sua localização permaneceu desconhecida, apesar das buscas internacionais.
A investigação da Guardia Civil, em articulação com a PJ, acabou por localizá-lo em Olhão, onde vivia de forma discreta.
A imprensa espanhola descreve que Grueso, que antes se movia entre estrelas de Hollywood e escritores de renome, adotou uma postura de "cabeça baixa" na vila piscatória algarvia, evitando contactos que pudessem revelar o seu paradeiro.
Um vídeo divulgado pela Guardia Civil mostra momentos da vigilância e da sua detenção.
Presente ao Tribunal da Relação de Évora, não se opôs à extradição para Espanha, onde deverá cumprir a pena de prisão. O caso destaca-se pelo contraste entre a vida pública e influente de Grueso, que chegou a ser responsável pela programação dos teatros municipais de Madrid, e a sua vida clandestina em Portugal.













