As declarações de Harry Maguire e Erik ten Hag pintam um quadro de um jogador de elite cujo desempenho individual se manteve elevado, apesar das dificuldades da equipa em adaptar-se. Numa mudança de narrativa sobre o seu regresso a Old Trafford, figuras-chave da altura defendem agora o legado de Cristiano Ronaldo.

Harry Maguire, em particular, foi categórico ao afirmar que o internacional português "nunca foi um problema" e que foi, "de longe", o melhor jogador da equipa nessa época. Maguire admitiu que o coletivo estava "horrível", mas que, mesmo assim, Ronaldo "continuava a marcar golos". O defesa atribuiu o fracasso à incapacidade da equipa em adaptar o seu sistema tático, que sob o comando de Ole Gunnar Solskjaer se baseava numa "máquina de pressão", um estilo que não se adequava às características de Ronaldo. De forma surpreendente, até o treinador Erik ten Hag, com quem Ronaldo teve um desentendimento público que culminou na sua saída para o Al Nassr, veio a público ilibar o jogador.

O técnico neerlandês declarou que Ronaldo "nunca foi o problema" e recordou que conquistaram "dois troféus juntos".

Estas declarações, vindas de quem esteve no centro do conflito, são particularmente significativas e contribuem para uma reinterpretação dos acontecimentos, colocando o ónus do fracasso na estrutura do clube e na sua falta de adaptação a um talento de classe mundial, em vez de no desempenho individual do atleta, que se manteve produtivo com 27 golos em 54 jogos.