
Morte do arquiteto Nuno Portas, referência do urbanismo português
O arquiteto e urbanista Nuno Portas, figura de referência na cultura portuguesa e antigo Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, faleceu no domingo aos 90 anos. A sua morte gerou reações de pesar por parte de destacadas figuras e instituições, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o evocou como “uma das personalidades mais visionárias e brilhantes” da segunda metade do século XX português, e a Ordem dos Arquitetos (OA), que declarou luto oficial e o considerou “o maior arquiteto-urbanista da história contemporânea”. Nascido em Vila Viçosa, Nuno Portas teve uma carreira multifacetada, conciliando a prática profissional com a atividade académica, a produção teórica e a intervenção cívica. Após licenciar-se em arquitetura em 1959, iniciou o seu percurso no ateliê de Nuno Teotónio Pereira, com quem partilhou o Prémio Valmor em 1975 pela Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa. Após o 25 de Abril de 1974, como Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo nos três primeiros Governos Provisórios, foi o impulsionador de políticas habitacionais cruciais, como o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), e lançou as bases dos atuais Planos Diretores Municipais, sempre pautado por uma preocupação com o “direito à cidade” e à habitação digna. A sua carreira docente foi igualmente notável, tendo participado na fundação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), onde se tornou professor catedrático. O seu legado estendeu-se internacionalmente, com projetos e consultorias em Espanha e no Brasil. As cerimónias fúnebres decorreram em Lisboa, seguidas de cortejo para o cemitério de Vila Viçosa, sua terra natal.



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