A morte de Nuno Portas, natural de Vila Viçosa, gerou uma onda de homenagens a nível nacional, refletindo a sua profunda influência em múltiplas gerações de arquitetos, urbanistas e decisores políticos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou-o como “uma das personalidades mais visionárias e brilhantes” da segunda metade do século XX português. A Ordem dos Arquitectos declarou “luto oficial”, descrevendo-o como “o maior arquiteto-urbanista da história contemporânea”. O seu percurso profissional, iniciado no atelier de Nuno Teotónio Pereira, foi marcado por projetos icónicos como a Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa, galardoada com o Prémio Valmor. Após o 25 de Abril de 1974, como Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, Nuno Portas foi o impulsionador do SAAL, um programa revolucionário que visava dar resposta às carências habitacionais e que se tornou um marco na política de habitação em Portugal. A sua visão defendia que a arquitetura e o urbanismo deveriam ser instrumentos de justiça social. Municípios como Vila Viçosa, que decretou dois dias de luto municipal, e Guimarães, onde foi consultor para o Plano Diretor Municipal, lamentaram a perda de um homem que ajudou a moldar os seus territórios. O seu funeral realiza-se em Vila Viçosa, a sua terra natal, após velório em Lisboa.

Funeral de Nuno Portas realiza-se hoje em Vila Viçosa