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Local July 30, 2025

Morte de Nuno Portas, o arquiteto que pensou as cidades para as pessoas

Faleceu aos 90 anos o arquiteto e urbanista Nuno Portas, uma figura central na cultura e política portuguesas do século XX. O seu legado, marcado pela criação do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) e pela defesa do “direito à cidade”, é recordado por diversas autarquias e personalidades em todo o país.

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Nascido em Vila Viçosa, Nuno Portas foi uma das vozes mais influentes na reflexão sobre o espaço urbano e o direito à habitação em Portugal. Após o 25 de Abril de 1974, enquanto Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, impulsionou o SAAL, um programa inovador que visava dar resposta às carências habitacionais acumuladas durante o Estado Novo. A sua carreira foi multifacetada, destacando-se não apenas como arquiteto e urbanista, mas também como professor, teórico e crítico. Colaborou com Nuno Teotónio Pereira no projeto da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, obra distinguida com o Prémio Valmor. A sua influência estendeu-se à academia, tendo sido um dos fundadores da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde se tornou professor catedrático. O seu pensamento crítico sobre o espaço urbano português, expresso em publicações como a revista *Arquitectura*, influenciou gerações. Como urbanista, coordenou planos estruturantes como o do campus da Universidade de Aveiro e o primeiro plano geral da Expo 98, além de ter tido intervenções em cidades como Madrid, Barcelona e Rio de Janeiro. A sua filosofia, como expressou, era de que “não há linguagem sem memória”, defendendo um património que deveria ser “respeitado mas acrescentado”. A sua morte gerou uma onda de pesar, com a Câmara de Vila Viçosa a decretar dois dias de luto municipal e os municípios do Porto e Guimarães a emitirem notas de pesar, reconhecendo o seu contributo indelével para o urbanismo nacional.

ai briefingEm resumo
Portugal perdeu um dos seus mais influentes pensadores urbanos, cujo trabalho moldou a forma como o país encara a habitação, o planeamento e o património, deixando uma marca indelével em cidades como Guimarães, Porto e Lisboa.

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