Morreu Francisco Guerreiro, o guardião do património molinológico de São Brás de Alportel
Faleceu aos 87 anos Francisco Augusto Silva Guerreiro, uma figura emblemática de São Brás de Alportel, reconhecido como o “guardião da Azenha da Mesquita” e um dos maiores defensores do património molinológico do concelho e da região algarvia. A sua morte representa a perda de uma memória viva e de um conhecimento ancestral sobre a arte da moagem. Natural de Alte, Francisco Guerreiro dedicou a sua vida ao ofício de moleiro, que aprendeu com o pai aos 15 anos. Aos 17, fixou-se em São Brás de Alportel, onde trabalhou em vários moinhos, destacando-se a sua ligação à Azenha da Mesquita, adquirida pela sua família em 1958.
Mesmo após se ter mudado para Faro, nunca abandonou a azenha, regressando frequentemente para manter viva a tradição e partilhar o seu saber com visitantes, especialmente com os alunos das escolas locais.
A sua colaboração com o Município de São Brás de Alportel foi fundamental para a requalificação da Azenha da Mesquita, transformando-a num espaço de memória e num testemunho da arqueologia industrial da região.
O seu empenho e dedicação foram reconhecidos pela autarquia, que em março deste ano lhe atribuiu um Voto de Louvor pelo seu notável percurso. O Município expressou publicamente o seu profundo pesar pelo falecimento, prestando uma sentida homenagem póstuma e sublinhando a “profunda gratidão de São Brás de Alportel por tudo quanto Francisco Guerreiro fez em prol da preservação da memória coletiva e do património etnográfico local”.
Em resumoA morte de Francisco Guerreiro, aos 87 anos, deixa um vazio na preservação do património cultural de São Brás de Alportel. O seu legado como “guardião da Azenha da Mesquita” perdurará através do espaço museológico que ajudou a criar e na memória de todos os que com ele aprenderam sobre a arte da moagem.
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