Um militar da GNR de 47 anos morreu em Castelo de Vide, distrito de Portalegre, após ter sido encontrado inanimado, numa ocorrência marcada pela inoperacionalidade da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) local. A falta de um médico na escala impediu a ativação do meio de socorro avançado. A morte do cabo da GNR Nuno Joaquim Lourenço Dias, de 47 anos, gerou consternação e levantou sérias questões sobre a capacidade de resposta dos serviços de emergência médica no Alto Alentejo. O militar foi encontrado inanimado pela sua mulher na garagem da residência, em Castelo de Vide, na manhã de 13 de agosto. O alerta foi dado às 9h09, tendo os bombeiros locais chegado em sete minutos e iniciado manobras de reanimação.
Contudo, a VMER de Portalegre, que deveria prestar suporte avançado de vida, estava inoperacional por "falta de elemento médico" para preencher a escala entre as 8h e as 16h. O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo, Miguel Lopes, confirmou a inoperacionalidade da viatura, mas ressalvou que, mesmo que estivesse ativa, "nada garante que pudesse ter tido um desfecho diferente".
O INEM justificou que, perante a indisponibilidade dos meios mais diferenciados em tempo útil, o transporte para o hospital era a opção "clinicamente mais benéfica".
O óbito acabou por ser declarado no Hospital Dr. José Maria Grande, em Portalegre.
As dificuldades em assegurar as escalas da VMER na região não são novas, com a ULS a admitir que nos últimos meses a viatura esteve indisponível em 10% do tempo, devido a "questões laborais" como férias e licenças.
A GNR de Portalegre lamentou a morte do camarada, que contava com 24 anos de serviço, afirmando que "a Unidade ficou mais pobre".
Em resumoA morte de um militar da GNR de 47 anos em Castelo de Vide evidenciou falhas na resposta de emergência médica, uma vez que a VMER local estava inoperacional por falta de médico. Apesar da rápida chegada dos bombeiros, a ausência de suporte avançado de vida levantou críticas à gestão de recursos da ULS do Alto Alentejo, que reconheceu dificuldades recorrentes em assegurar as escalas.