A sua morte, a primeira vítima mortal dos incêndios deste ano, gerou uma onda de consternação e homenagens por todo o país. A morte de Carlos Dâmaso, empresário agrícola, casado e com uma filha de 11 anos, representa um símbolo do heroísmo civil perante a devastação dos fogos florestais.

Foi encontrado carbonizado numa das suas propriedades, após ter enfrentado as chamas que deflagraram na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançavam em direção a Vila Franca do Deão.

A sua dedicação à comunidade era notória; presidiu à junta durante 12 anos, eleito pelo PS, e era novamente candidato nas próximas eleições autárquicas, desta vez pela coligação PG-PELA Guarda.

A tragédia foi amplamente lamentada a nível nacional, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a apresentar "sentidas condolências" através do presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa. O Governo, na voz do secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, também lamentou a perda e enviou condolências à família.

O mesmo incêndio que vitimou Dâmaso causou ainda um ferido grave, Diogo Cecílio, um enfermeiro do Hospital Sousa Martins, que sofreu queimaduras graves enquanto auxiliava no combate.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, manifestou solidariedade, informando que o enfermeiro se encontrava com "prognóstico reservado" na Unidade de Queimados de Coimbra. O funeral de Carlos Dâmaso foi marcado para terça-feira, na sua terra natal, um evento que se antecipa de grande comoção local.