A tragédia destacou os perigos enfrentados pelos operacionais e motivou a presença das mais altas figuras do Estado nas cerimónias fúnebres.
A morte de Daniel Agrelo, bombeiro da corporação da Covilhã, ocorreu no domingo, quando o veículo em que seguia com outros quatro colegas se despistou e caiu numa ribanceira na zona de Aldeia de São Francisco de Assis.
A equipa dirigia-se para um incêndio no concelho do Fundão.
O acidente resultou ainda em quatro feridos, um dos quais em estado grave, que foi submetido a uma intervenção cirúrgica e se encontra estável.
A notícia gerou inicialmente informações contraditórias sobre o número de vítimas mortais, com algumas fontes a reportarem dois óbitos, mas a Liga dos Bombeiros Portugueses veio posteriormente esclarecer a situação.
Daniel Agrelo, que era motorista profissional na associação humanitária, deixou esposa e um filho.
A sua morte motivou uma forte reação institucional e popular.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o conhecia pessoalmente, marcou presença no velório e descreveu-o como "excecional como bombeiro e como funcionário ao serviço da comunidade e associação". O funeral, realizado na terça-feira, contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, num tributo que incluiu os colegas alinhados em formatura e o som das sirenes no quartel da Covilhã.
A Câmara Municipal decretou três dias de luto municipal, e várias entidades, como o STAL e a União de Freguesias de Covilhã e Canhoso, expressaram o seu profundo pesar.
A tragédia serviu como um doloroso lembrete dos riscos diários enfrentados por quem combate os incêndios, conforme sublinhou Gonçalo Órfão, da Cruz Vermelha, ao afirmar que a morte de um bombeiro em missão relembra "de forma dolorosa, os riscos diários para quem está na linha da frente".














