Os dados, do instituto de saúde pública Carlos III, sublinham o impacto severo dos eventos climáticos extremos na saúde pública.

Entre 3 e 18 de agosto, Espanha enfrentou uma onda de calor sem precedentes, com temperaturas que em algumas regiões alcançaram os 45 graus Celsius. Segundo as estimativas da plataforma "MoMO" do Instituto de Saúde Carlos III, que monitoriza a mortalidade diária, registaram-se 1.149 mortes "atribuíveis à temperatura" neste período, um aumento em relação às 1.011 mortes registadas no mesmo período de 2024. Este evento extremo seguiu-se a outra onda de calor em julho, que já tinha provocado cerca de 1.060 óbitos, mais de 50% acima do ano anterior.

A ferramenta "MoMO" não estabelece uma causalidade absoluta, mas fornece a melhor estimativa da mortalidade relacionada com o calor, comparando os óbitos registados com dados históricos e incorporando fatores como as temperaturas reportadas pela Agência Meteorológica Nacional (Aemet).

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, classificou o fenómeno como o "maior e mais longo" desde que há registos comparáveis.

Esta crise de saúde pública coincidiu com grandes incêndios florestais no país, que já consumiram uma área recorde de mais de 375 mil hectares, segundo dados provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).