O seu desaparecimento gerou uma onda de consternação, sendo lembrado como uma personalidade incontornável cujo legado transcendeu o setor financeiro.

O falecimento de Mário Matias representa a perda de um dos pilares do desenvolvimento económico e social de Leiria no último século. Com uma carreira de 75 anos dedicada à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, onde ingressou aos 15 anos e que presidiu durante 45, a sua liderança foi fundamental para transformar a instituição numa "verdadeira ferramenta de desenvolvimento regional", como destacou a Assembleia Municipal de Leiria. A sua influência não se limitou ao setor financeiro; foi uma figura central no apoio à comunidade, nomeadamente no desporto, sendo recordado pelo presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, como "um dos grandes impulsionadores aquando da criação do clube União de Leiria". As reações ao seu desaparecimento foram unânimes em sublinhar o seu caráter de "figura ímpar na história da região".

O próprio Mário Matias, em declarações recentes ao Jornal de Leiria, expressou a sua ligação profunda à instituição que ajudou a erguer: "Saio com mágoa, pois deixo muitos ‘filhos’ que levei para lá".

A sua biografia revela um percurso notável, com cargos de relevo a nível nacional na FENACAM e na Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, consolidando um legado que, como referido pelas entidades locais, "vai muito além do setor financeiro". A sua morte marca o fim de uma era para a Caixa Agrícola e para a comunidade de Leiria, que perde um dos seus mais dedicados beneméritos.