Um homem de 56 anos, identificado como João Simão, faleceu em Marvão após sofrer uma paragem cardiorrespiratória, num dia em que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Portalegre se encontrava inoperacional. Este incidente expõe as fragilidades nos serviços de emergência médica no interior do país. A morte de João Simão, ocorrida na noite de 26 de agosto, tornou-se um caso emblemático das dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta nas regiões de baixa densidade. A família contactou o 112, mas a VMER de Portalegre, o meio de socorro mais diferenciado, estava fora de serviço por falta de um médico na escala. Em resposta, foi enviada uma ambulância dos bombeiros de Castelo de Vide, que prestou suporte básico de vida.
Apesar dos esforços, a vítima foi transportada para o hospital, onde o óbito foi declarado.
Este foi o segundo caso fatal no distrito de Portalegre no mesmo mês, atribuído à mesma falha no sistema.
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo confirmou a inoperacionalidade da viatura, descrevendo a situação como “crítica” e justificando-a com as “muitas carências em termos de fiação e recrutamento de profissionais”, agravadas pelo período de férias.
O incidente gerou forte indignação e levantou um debate público sobre a equidade no acesso a cuidados de emergência, questionando se uma resposta médica imediata e diferenciada poderia ter alterado o desfecho.
Em resumoA morte de João Simão, de 56 anos, em Marvão, por paragem cardiorrespiratória, evidenciou graves lacunas no socorro médico de emergência no distrito de Portalegre. A VMER local estava inoperacional por falta de médicos, sendo este o segundo caso fatal no mesmo mês pelas mesmas razões, o que acentuou o debate sobre a desigualdade no acesso a cuidados de saúde no interior do país.